quarta-feira, 1 de maio de 2013

SER OU NÃO SER JORNALISTA? EIS A QUESTÃO!




Há dias venho presenciando, nas redes sociais, a indignação dos colegas jornalistas junto a um ranking apresentado pelo portal G1, sobre as profissões mais ou menos valorizadas tanto a título de remuneração como em reconhecimento intelectual. Ora, não vejamos essa reportagem como absurda; temos que analisá-la como perspicaz, e que mostra um quadro real da nossa cultura “moderna”. Afinal, o que podemos esperar de um País ou de uma grande parcela populacional que adota jogadores de futebol, duplas sertanejas e cantores de Funk (que na verdade não é Funk nem aqui nem na China), como seus ídolos incontestáveis?

O que esperar de um grande contingente de jovens e adolescentes que distorceram o idioma pátrio de tal forma, que já se pode dizer que expressões idiomáticas e gírias podem fazer parte do glossário intelectual de um membro da academia brasileira de letras?

O que esperar da parcela de estudantes universitários que se comunicam diariamente via SMS, pois perderam a noção de contato humano, com palavras do tipo: “Hoje eh um dia extranho”, “Vc eh impocrita”, “estou num curso de ascessoria de imprença”, ou “não fui na festa pq o peneu do meu carro furou”? O que esperar de um dos professores do ENSINO FUNDAMENTAL, que fazendo parte de uma manifestação realizada em Londrina/PR há dias atrás concedeu entrevista a uma colega jornalista dizendo: “estamos esperando a pronuciação do governador para resolver o impasse”? (tenho até medo de pensar como essa professora teria escrito a palavra impasse).

A atrofia cerebral, a perda das relações humanas, e a criação de um pseudo idioma, não fazem parte da revolução tecnológica. O que está acontecendo e que não se está sabendo fazer uso das ferramentas inventadas ou dispostas para se maximizar as informações geradas. Acredito que, mais do que nunca, o papel dos jornalistas e dos professores, mesmo estando em último no ranking apresentado, são fundamentais para a reversão desse quadro lastimável. Ideias criativas, soluções inteligentes e o enfrentamento de desafios sempre fizeram parte da personalidade desses profissionais; então porque não entender o ranking como uma proposta desafiadora?

O ditado sempre afirmou que os últimos serão os primeiros, sendo assim, partir para o enfrentamento nunca se fez tão necessário.

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